O crivo (?) da imprensa

quinta-feira, 14 de março de 2013

O crivo (?) da imprensa




Em 1983 o atual diretor de redação da revista Veja, Eurípedes Alcântara, era repórter de ciência e tecnologia da revista que hoje dirige. Coube a ele redigir uma das maiores barrigas da história da imprensa brasileira: o boimate, um cruzamento de um boi com tomate realizado na Universidade de Hamburgo sob supervisão do Dr. McDonald. Tratava-se de um trote de 1º de abril da revista New Science que Veja acabou por comprar. O boimate foi motivo de vergonha para a revista durante muitos anos - e em partes até hoje.

Agora a pouco o jornal O Estado de S. Paulo acabou de soltar uma correção sobre notícia divulgada ontem: a de que a Ucrânia estaria sendo vítima de ataques de "golfinhos assassinos" treinados pelas forças especiais do país. Segundo o próprio jornal, tratava-se de uma barriga da agência que repercutiu a notícia baseada em boatos que circularam na imprensa ucraniana.

Considerando o nível, a credibilidade e o tamanho dos jornais brasileiros, porque notícias toscas e inverossímeis como esta dos golfinhos acabam nas páginas dos nossos noticiários? Será que os eficientes filtros técnicos dos nossos jornais são incapazes de comprovar a falsidade de uma notícia como esta?

Tenho hipóteses apenas, a resposta está com os profissionais e seus patrões.

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