Os estrangeiros são mesmo apenas bons exemplos para o Brasil? Cap. I - Estados Unidos

domingo, 26 de janeiro de 2014

Os estrangeiros são mesmo apenas bons exemplos para o Brasil? Cap. I - Estados Unidos


Porque não começar com o país mais comparado ao Brasil quando falam "lá é melhor"?
Muitos brasileiros vêem os Estados Unidos como o melhor exemplo para tudo. Talvez ludibriados pelas vidas perfeitas que aparecem nos filmes e nas séries norte-americanas, pelos noticiários brasileiros que insistem veementemente em falar que só existem políticos corruptos no Brasil ou por economistas e jornais de economia que defendem o capitalismo como o melhor sistema político, sabendo que muitas pessoas quando pensam em capitalismo, os Estados Unidos logo aparecem na mente, acabam defendendo o sistema econômico norte-americano (lembrando que não defendo nenhum dos sistemas atuais, sou defensor de uma criação de um meio-termo, mas isso é outra história).
Mas não existe nação perfeita, caro amigo. Vamos ver uma comparação de verdade entre o Brasil e os Estados Unidos. Se eu estivesse falando com você pessoalmente, eu perguntaria: "Você quer que eu comece pelo bom ou pelo mau exemplo?", mas, como eu não estou, vou começar pelo mau.


Saúde


Se tem um setor onde os Estados Unidos não são um bom exemplo é o da saúde. Só pra começar, os Estados Unidos não possuem um serviço público de saúde (conhecido no Brasil como SUS). Não que o SUS seja uma maravilha, longe disso, muito longe mesmo. Mas pelo menos tem, né?
Além disso, existem registros de que alguns planos de saúde norte-americanos pagam um bônus para médicos evitarem de pedir alguns exames e uma comissão de atendimento de pacientes. Quanto mais pacientes o médico vê, mais ele ganha, independente da qualidade do serviço.
Em 2010, o Congresso aprovou uma reforma no sistema de saúde que não agradou nem a gregos e nem a troianos (Democratas e Republicanos), mas não mudou muita coisa.

Agora um bom exemplo.


Educação



Com relação aos salários dos professores e à qualidade do ensino dos Estados Unidos, não existe muito a se comparar, pois cada estado faz sua própria legislação, deixando a educação de algumas cidades comparáveis à do Brasil.
Mas uma coisa nos Estados Unidos que é muito melhor do que o Brasil. Lá não existe vestibular, os candidatos até passam por uma prova chamada "Application", mas o que mais conta na maioria das universidades é a vida escolar do candidato, desde o primário, os sonhos do candidato e como ele se acha útil à sociedade.
Uma boa diferença também é que o "Application" possui um outro método. É passado um texto cheio de erros de gramática ou com ideologias irreais. Cabe ao candidato descobrir os erros e corrigi-los, tudo sem aquele negócio de "onde está o erro?".
O candidato também passa por uma entrevista com a faculdade desejada. Nessa entrevista, o candidato é julgado por tudo o que ele fez na sua carreira escolar e o que deseja fazer na sua carreira profissional.
Isso, na minha opinião, iria calar muitas pessoas que se dizem contra a meritocracia. Algumas faculdades aceitam o candidato simplesmente por ele ser bom em algum esporte.

Agora uma coisa que não é muito diferente.

Televisão


A televisão norte-americana não é muito diferente da brasileira. A baixaria reina em suas emissoras, o sensacionalismo barato é notável na maioria dos telejornais e as emissoras de TV também influenciam na época das eleições.

Este é o "Maury Show", um programa norte-americano que só
passa exames de DNA. Qual programa te lembra?

Talvez uma coisa que o Brasil ainda é inferior aos Estados Unidos nesse quesito, é o fato de o Brasil não investir em séries e programas que não sejam novelas. Pra um artista brasileiro fazer sucesso, ele precisa ter trabalhado numa novela da Globo.
O governo brasileiro inventou as tais cotas (palavra que o governo pensa que resolve tudo) para programas nacionais na TV a cabo, mas o máximo que conseguiram foram uns programas feitos nas coxas como o "Vida de Estagiário" (Warner Channel) e o "Agora, Sim" (Canal Sony). O Comedy Central e a TBS já investiam em programas nacionais antes das cotas.

Viu como nem em tudo os Estados Unidos são exemplo? Isso porque eu só mencionei um de cada. Os Estados Unidos confundem muito patriotismo com xenofobia e sua política externa não é a das melhores.

Esperem até o Capítulo II. Enquanto isso, curta-nos no Facebook:

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Até mais!

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