Um debate do Twitter

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Um debate do Twitter


Já não consigo assistir a grandes eventos televisivos sem conferir ao menos uma vez as redes sociais, em especial o Twitter. Foi assim na Copa do Mundo, foi assim em premiações e tem sido assim nos debates entre os candidatos à Presidência da República.

Escrevo no momento em que se encerra o debate final antes do primeiro turno. Não vou me demorar muito nos comentário. O último confronto direto entre os candidatos foi baixo como se esperava. Com direito com dedo na cara, Entre os grandes, Aécio Neves foi o que mais se destacou. Dilma estava presa demais, Marina estava confusa, nem parece a segunda eleição que disputa. Dos nanicos, Eduardo Jorge teve os melhores momentos. Luciana Genro foi a que mais atacou, mas não foi além do que fez nos outros debates. Pastor Everaldo segue linha auxiliar de Aécio, Levy Fidelix continua sendo uma figura caricata. Fora isso, a dinâmica do debate ajudou a esquentar o clima ao colocar os candidatos frente a frente.

O que mais chamou a atenção foi a proliferação de memes, especialmente via Twitter. O momento em que Pastor veraldo pergunta a Aécio sobre o PAC rendeu mais um "eu me perdi aqui, desculpa", o momento "dedo na cara" entre Luciana e Aécio rendeu todo tipo de piada, até um "eu não sou tuas nega". Teve Eduardo Jorge "dançando" "Thriller", Dilma com cara de "cê jura?", e uma infinidade de temas para Bonner sortear, de "vodka ou água de coco" a "Windows ou Mac?". Até "Friends" apareceu no Twitter.

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Tem gente que reclama que isso faz mal, desvia o debate de temas importantes. No caso do debate da Globo, deixou a intensa troca de farpas mais digesta. Proporcionou bons momentos de riso e conseguiu explicitar a importância do evento, sempre desprezado pelas emissoras brasileiras pela sua baixa audiência.

Não adiante insistir: a linguagem que faz sucesso na Internet é o humor. A eleição está envolvida em memes desde o começo do ano e o debate da Globo as produziu aos montes. Apesar de tudo, é uma forma eficiente de se comunicar com eleitores, muito mais eficiente, diga-se, do que discursos manjados, programas eleitorais hollywoodianos e ataques intensos em debates. O humor chega com facilidade no jovem, que é o grande motor da política brasileira desde os protestos de junho de 2013. E chama a atenção o fato de que a maioria é produzida espontaneamente na rede e compartilhada aos montes sem o excessivo cálculo político e midiático dos "especialistas" dos partidos e da mídia.

A campanha do Obama se fez com memes, o debate político está cada vez mais cheio de memes. Agora, o Twitter se sai o grande vencedor do último debate entre os candidatos à Presidência da República.

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